A toxina botulínica, popularmente conhecida como ‘’botox’’, é uma neurotoxina produzida pela bactéria anaeróbia Clostridium botulinum. Já o ácido hialurônico é um biopolímero formado pelo ácido glucurônico e a N-acetilglicosamina e é uma peça fundamental na constituição da articulação.
Enquanto a toxina botulínica age apenas atenuando os sinais da idade e amenizando os movimentos constantes das rugas da testa e glabela, que são as marcas entre as sobrancelhas, o preenchimento com o ácido hialurônico é usado para dar o volume aos lábios e maçãs do rosto, incluindo outras propriedades, como diminuir linhas de expressão que vão do nariz ao canto da boca, tratando o sulco nasogeniano ou nasolabial, e a melhora em olheiras profundas.
Flávia Villela, médica especialista em Dermatologia, explica que “’ao injetar superficialmente a toxina botulínica, a interrupção da contração acontece e o relaxamento da musculatura também. Isso faz com que o aspecto de envelhecimento da pele seja atenuado no tratamento de consultório.’’
A médica ainda comenta que o ‘’botox’’ pode ser usado no corpo para reduzir sudorese, combater a dor lombar crônica, entre outros. Já o ativo natural, o ácido hiaulurônico, serve para dar sustentação, inclusive em depressões corporais e celulite.
As regiões de aplicação injetável das substâncias são diferentes, indo de acordo com a sua finalidade por orientação médica e, um ponto comum, é que elas podem ser tratadas diretamente em consultório. Ambas têm ativação corporal.
História da toxina botulínica na Medicina
Essa bactéria quando inserida em condições adequadas à sua reprodução, cresce e produz sorotipos diferentes de toxina, sendo o sorotipo A o mais potente. Percebendo o poder desse sorotipo, inicialmente a substância foi usada na Medicina para tratar uma série de doenças oftalmológicas, como o estrabismo, além de neurológicas e ortopédicas.
O seu uso para fins dermatológicos e estéticos foi tido com um dos maiores avanços das últimas décadas e foi então que essa toxina passou a ser comercializada como cosmético no país. Ela atua impedindo a contração muscular nas regiões onde rugas e marcas de expressão são salientadas na pele.
Bruxismo, hiperidrose e enxaqueca
Além disso, o ativo pode ser usado no corpo e rosto, tratando os ‘’pés de galinha’’, que são as rugas e linhas bem expressivas, inclusive no pescoço e lábio superior, vindas do envelhecimento da região e demais fatores.
‘’As rugas e marcas de expressão são queixas dermatológicas recorrentes no consultório e a toxina botulínica é uma excelente aliada. Ao mesmo tempo que proporciona rejuvenescimento facial na testa, glabela – entre sobrancelhas e rugas nasais, por exemplo, pode ser usada para tratar hiperidrose, que é o suor excessivo nas axilas e mãos, assim como enxaqueca, correção do sorriso gengival e bruxismo’’, diz a especialista.
Reposição tópica ou injetável de colágeno
A função de dar volume é uma das características do ácido hialurônico, com a finalidade de preencher rugas e sulcos da face. ‘’O ácido hialurônico é um ativo natural produzido pelo nosso organismo, mas que com o passar do tempo diminui suas propriedades de colágeno. Quando reaplicado é capaz de desenvolver volume e remodelação do contorno facial. Também corrige assimetrias. Seu poder hidratante e estimulante são pontos que devemos destacar nesse tratamento com aplicações tópicas ou injetáveis’’, comenta Flávia Villela.
O preenchimento pode ser realizado nos lábios, olheiras e sulco nasogeniano, o ‘’bigode chinês’’, que é uma ruga fruto da perda natural de gordura na região da face e vai do nariz até o canto dos lábios. A substância representa uma molécula que retém alta quantidade de água, fazendo que a pele fique firme, hidratada e lisa.
‘’O alto poder de hidratação e ação preenchedora antissinais é um diferencial do preenchimento com ácido hialurônico, sendo inclusive associado ao procedimento de harmonização facial. Seguido do preenchimento labial, que traz um equilíbrio no volume, projeção e definição para os novos lábios’’, finaliza a médica.