Sustentabilidade no transporte de cargas: atenção à saúde do planeta

Sustentabilidade no transporte de cargas: atenção à saúde do planeta

Uma cadeia de suprimentos mais sustentável é de grande importância ao negócio
Vera Naves, vice-presidente do Grupo Rodonaves

O relatório da Organização Meteorológica Mundial (OMM) alerta que os últimos oito anos foram os mais quentes já registrados. Além disso, o aumento do nível do mar e o aquecimento dos oceanos atingiram novos recordes. Em um documento publicado recentemente, a Organização das Nações Unidas (ONU) aponta que o agravamento da mudança climática trouxe mais secas, inundações e ondas de calor em diversos lugares do mundo, e as consequências são ameaçadoras para vida e para os meios de subsistência.

Esse é um tema que eu acompanho pessoalmente e muito de perto porque sempre soube da responsabilidade que temos na preservação do meio ambiente. Como vice-presidente do Grupo Rodonaves, um dos maiores nomes do setor de transporte do país, busco contribuir de forma ainda mais intensa, pois entendo que na área de transporte de cargas atitudes sustentáveis podem ser adotadas em diversos setores da companhia a fim de minimizar o impacto da operação no planeta.

O primeiro entendimento que uma empresa de transporte deve ter é que sustentabilidade deve ser uma meta. A cultura da empresa deve estar alinhada ao conceito de ESG (Environmental, Social and Governance) e os gestores precisam estar atentos a ações que visam diminuir os impactos ambientais em todo o fluxo logístico. Essas ações devem integrar o planejamento estratégico à cultura organizacional.

Uma boa estratégia de ESG deve começar no coração da operação das empresas de logística: a frota. Isso porque os caminhões antigos exigem mais manutenção e tendem a poluir mais, gastar mais combustível e a exigir maior troca de peças. A exemplo disso, no Grupo Rodonaves temos uma preocupação genuína com a nossa frota, que tem em média 3,6 anos, uma das menores do nosso setor. Por isso, revisamos com frequência nosso programa de renovação e, até 2030, nossa meta é renovar em 80% a frota própria de veículos pesados em nossas operações.

Outro ponto de atenção que deve ser considerado é a otimização de rotas, ação que colabora tanto com a satisfação dos clientes, ao diminuir o tempo nas entrega, quanto com o meio ambiente, ao reduzir o gasto de combustível. Hoje, existem no mercado diversas tecnologias capazes de estabelecer os melhores caminhos, com menor trânsito e menos riscos de acidentes, além de proporcionar maior segurança. Vale destacar que uma boa otimização de rotas também previne a circulação de caminhões vazios, que representam uma emissões de gases poluentes e um gasto de combustível desnecessário.

Outro passo muito importante na estratégia de ESG para o TRC (Transporte Rodoviário de Cargas) é, sem dúvida, aumentar a eficiência energética, que ainda é a maior responsável pelo consumo de energia nos países. Com a retomada dos setores, é esperado que essa demanda por energia cresça ainda mais, abrindo espaços para alternativas mais eficientes e sustentáveis. Para se ter uma noção, apenas no transporte de cargas no Brasil — o maior consumidor de energia entre os transportes —, a demanda energética deve pular de +1,3% (2014-2018) para +3,8% (2019-2031), segundo dados do estudo do Plano Decenal de Expansão de Energia 2031. Isso mostra que as transportadoras têm um vasto campo de oportunidades para explorar com o objetivo de contribuir para a redução de energia no setor.

Olhando para esse cenário, tenho orgulho do caminho que temos trilhado e que nos levou ao cumprimento de uma de nossas metas, ainda neste primeiro semestre de 2023, quando alcançamos 87% das nossas operações com a utilização de fontes 100% renováveis e certificadas. Seguimos visando a sustentabilidade financeira, buscando soluções que agreguem menor impacto ambiental e menores custos. Por isso, produzimos estudos comparativos para aquisição de energia no Ambiente de Contratação Livre (ACL) e estudos de geração distribuída com painéis fotovoltaicos para todas as empresas do Grupo.

Atuo há mais de 30 anos no setor e posso dizer, por experiência própria, que temos evoluído. No entanto, naturalmente, novos desafios vão surgindo com o tempo, e o olhar para as metas de ESG precisa ser atualizado constantemente para o aprimorar as práticas e melhorar os resultados para o ser humano, a indústria e o meio ambiente.

Uma cadeia de suprimentos mais sustentável é de grande importância ao negócio. Isso porque, além de transmitir responsabilidade social e ambiental aos clientes, tal atitude também denota uma empresa competitiva, com potencial de crescimento das operações de forma escalável e sustentável. Com isso, torna-se cada vez mais necessário a adoção de práticas, metas e recursos de gestão transparentes, que podem ser divulgados por meio do Relatório de Sustentabilidade, a fim de prestar contas à sociedade, assim como fazemos no Grupo Rodonaves. O objetivo é tornar público nossos compromissos e iniciativas voltados à consolidação de uma operação que seja cada vez mais dedicada à geração de impacto positivo para a sociedade e para o planeta.

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