NO CEMITÉRIO

NO CEMITÉRIO

Depois do enterro

A Lápide

Cupidos tristes recebem o finado

O vento apaga incandescentes velas

Castiçais pedem comoção

Um cristo tem sua cruz roubada

Vermes esperam o defunto fresco

Que acaba de chegar.

Ruas do cemitério acabam numa pequena capela

O frio das preces

Flores velhas enfeiam tépidos túmulos

Anjos exotéricos enfileirados no velho cemitério

Portões abertos para outro mundo

Mausoléus esquecidos, santos depredados pobreza e abandono

Velam o finado

Luto silêncio e devoção

Preces pontifícias

Intenção

Santos enclausurados despedem-se dos ímpios que imploram benção.

Fiéis lágrimas e jazigo

Outro mundo

Idolatrado perpétuo

Nos tétricos corredores e ruas da necrópole

Os portões se fecham.

Do lado de fora crianças

Pobres pedem esmo.

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