Pai em Dose Dupla

Pai em Dose Dupla

Neste Dia dos Pais, conheça a história do Guto Meneghelli, papai do casal de gêmeos Bruno e Beatriz.

O segundo domingo do mês de agosto tornou-se uma das datas mais comemoradas pelo administrador de empresas Augusto de Paula Meneghelli, 44 anos e por sua esposa, a biomédica Paula Duarte Meirelles Meneghelli, 39 anos. 

Eles estão juntos há 22 anos e dividem a alegria de terem construído uma linda família, após enfrentarem os desafios apresentados pela vida. “Conheci a Paula em 2000 e logo começamos a namorar, os anos foram passando e nosso amor foi crescendo se fortalecendo. Como todo casal tivemos alguns obstáculos no caminho, mas nosso amor era tão forte e estávamos tão resolvidos a construir nossas vidas juntos, que em 2007 resolvemos ficar noivos e marcamos casamento para 2008”.  

Guto, como é conhecido em Cravinhos, e sua esposa, a princípio adiaram os planos da maternidade por alguns anos, para buscar mais estabilidade para quando os filhos viessem. Porém, no ano de 2010 o desejo de ter filhos aumentou e o casal passou a buscar por isso. “No início, pensávamos em arrumar a casa, nos estruturar melhor financeiramente, mas em 2010 resolvemos pensar em filhos. Ali começava nossa jornada, com planos para nomes e discussão sobre a preferência do sexo do bebê, uma empolgação grande que contagiava a todos na família”, contou o administrador.

OBSTÁCULOS 

Segundo Guto, logo no início eles receberam primeiro exame de gravidez positivo, mas junto a isso, veio também o primeiro obstáculo. “Minha esposa sofreu um aborto natural que nos entristeceu muito… Foram momentos difíceis e regados a muitas lágrimas”, disse. Esperançosos, o casal enfrentou a situação e decidiu tentar novamente. “Nos recuperamos deste momento e partimos para uma nova gravidez, que veio logo e que infelizmente também não evoluiu”, relembra.  

Diante do segundo aborto espontâneo, Guto e Paula decidiram procurar ajuda médica para entender melhor o que estava acontecendo. “Começamos a procurar ajuda médica afim de entender os abortos, só que os médicos diziam que isso era normal, que na hora certa seríamos pais, pois não havia nenhum problema com a gente”, explicou Guto.

Mesmo com todo cenário contrário, a esposa de Guto não desistiu da maternidade. “Paula é a grande responsável por hoje sermos pais, ela sofreu muito, precisou superar mais dois abortos espontâneos. Nesta fase já começava a ficar complicado manter a esperança e o desejo de sermos pais, afinal já era a quarta gravidez e o quarto aborto, mas ela não desistiu de alcançar esse sonho”, compartilhou.  

PERSEVERANÇA

Na jornada pela realização do sonho de serem pais, o casal decidiu pelo método de fertilização IN VITRO, mas mesmo assim o resultado positivo não veio tão rápido como esperavam.  “Nós partimos para a fertilização ‘IN VITRO’, e vivemos novos momentos de esperança e dor, pois foram três tentativas sem sucesso”, disse o pai. 

Mantendo uma fé inabalável, Paula não desistiu e passou a pesquisar melhor sobre as possíveis causas para a dificuldade em engravidar. E foi em uma dessas pesquisas que ela encontrou um médico especialista. “Minha esposa encontrou um médico especialista em reprodução humana que descobriu uma compatibilidade imunológica excessiva entre ela e eu”, explicou Guto.

SÍNDROME DE INADAPTAÇÃO IMUNOLÓGICA 

Segundo estudos, a Síndrome de Inadaptação Imunológica atinge cerca de 1% a 2% dos casais. São casos em que os exames não mostram nenhum tipo de problema de infertilidade, e as mais variadas técnicas de inseminação artificial não ajudam, já que o corpo da mãe não consegue manter o embrião em desenvolvimento no útero. Para que o embrião se desenvolva corretamente, o organismo da mulher precisa passar por uma adaptação, isto é, ele deve desenvolver uma resposta de proteção. E o que está por trás dessa falta de adaptação “é um excesso de compatibilidade entre pai e mãe”.

A ginecologista e obstetra Silvia Daher, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), explica que “o organismo feminino tem de reconhecer as diferenças entre o seu material genético e o do pai. Essa resposta é o ponto de equilíbrio necessário para que ocorra a gravidez. Quanto maior a diferença entre os parceiros, maior a chance de engravidar. Essa semelhança excessiva entre parceiros não tem nada a ver com consanguinidade e ocorre por acaso”.

SONHO REALIZADO

Depois do início do tratamento sugerido pelo médico, Guto explicou que tudo começou a ser diferente. “Começamos o tratamento sugerido pelo médico e enquanto isso nossos “embriãozinhos congelados” evoluíam para um melhor estágio. Concluímos o tratamento e resolvemos fazer uma nova fertilização IN VITRO.  

Confiantes, o casal marcou a data para o procedimento e no momento da inseminação, Paula fez um pedido inusitado para o esposo. “Marcamos a data e fomos para o hospital, lá a Paula me disse na frente da médica: ‘Mor vamos tentar dois? Quem sabe não vem gêmeos’. Concordei de imediato mesmo assustado com a ressalva feita pela médica sobre a possibilidade de quadrigêmeos”, falou Guto. 

Após dias de ansiedade e espera, Guto e Paula puderam comemorar a notícia aguardada por quase 5 anos. “Vivemos mais alguns dias de muita ansiedade, natural por tudo que havíamos passado e veio nosso maior presente, a notícia de que eram gêmeos e a benção maior, que era um casal”. No dia 30 de setembro de 2015, Guto e Paula segurou nos braços o maior tesouro que conquistaram até aqui, os gêmeos Bruno e Beatriz.

PAIZÃO

Guto procura curtir a presença dos filhos e na medida do possível participar ativamente. “Procuro ser um pai presente, apesar das constantes viagens que minha atividade profissional exige, adoro chegar em casa e receber o abraço deles literalmente pulando em cima de mim. Adoro levá-los para passear, andar de bicicleta e muitas outras brincadeiras. A presença deles realmente me completa”, disse o papai orgulhoso.  

 Desde então, Guto e Paula têm vivido momentos mágicos, em dose dupla, na companhia dos filhos, que atualmente estão com 6 anos e desfrutam das brincadeiras e descobertas da infância. “Ser pai de gêmeos é mágico, é maravilhoso, mas requer muita energia e muita disciplina, pois os dois exigem muita atenção. O que se faz para um imediatamente tem que fazer para o outro.  Além disso, eles são tão unidos, que frequentemente se unem e arquitetam planos para conseguirem o que querem.  Eles são ‘terríveis’, no bom sentido. Amo isso”, contou o pai, achando graça.

COMEMORAÇÃO

Neste Dia dos Pais, o quarteto irá celebrar ao lado daqueles que acompanharam de perto todos os desafios vividos por Guto e Paula: a família. “Este ano, como de costume, certamente nos reuniremos com nossos pais, irmãos e muitas crianças para celebrarmos em família”. 

 Como um pai zeloso, Guto tem buscado passar para os filhos uma base de valores e princípios. “Diante de um mundo muito hostil, com várias coisas ruins, espero poder passar para os meus filhos valores como o respeito, a honestidade, a importância da família, do trabalho e de Deus. Bases que acredito serem fundamentais para a formação de bons cidadãos”. 

 Hoje, o pedido de Guto é por saúde e sabedoria para desfrutar, ao máximo, da companhia dos filhos tão desejados. “Meu pedido a Deus é para que me dê saúde e sabedoria para trabalhar muito e conseguir proporcionar junto com minha esposa, uma educação de qualidade, que prepare e qualifique meus filhos para que sejam felizes e capazes de construir suas famílias com dignidade”, finalizou o papai.

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