Ópera “O Jovem Rei” tem estreia mundial em Ribeirão Preto no próximo dia 20

Ópera “O Jovem Rei” tem estreia mundial em Ribeirão Preto no próximo dia 20

Inspirada em conto homônimo de Oscar Wilde e com libreto assinado pelo maestro Lucas Eduardo da Silva Galon, a ópera, em dois atos, leva 100 artistas ao palco, em uma super produção inédita e gratuita que lança a agenda comemorativa de 10 anos da Academia Livre de Música e Artes (Alma). São quatro apresentações em Ribeirão Preto e uma em São Carlos.

Após dois anos de trabalho de composição, a ópera “O Jovem Rei” (The Young King) tem estreia neste mês de junho, com quatro apresentações no Teatro do Campus da USP Ribeirão Preto (balão central). A agenda tem início com ensaio aberto no dia 18 de junho (terça-feira), às 19h e traz, na ocasião, o ator Juliano José para a interpretação de Libras como personagem da montagem. No dia 20 de junho (quinta-feira), às

20h, acontece a 1ª récita e a estreia mundial da ópera. A 2ª récita é no dia 22 (sábado, 20h) e a 3ª récita no dia 25 (terça-feira, 20h). A montagem terá ainda uma versão de Concerto no Teatro Municipal de São Carlos (Rua 7 de Setembro, 1735), no dia 26 (quarta-feira), às 20h.

A produção marca o início da agenda comemorativa dos 10 anos da Academia Livre de Música e Artes (Alma) neste ano. Participam alunos e professores da Alma, do Coral do Estúdio de Ópera Minaz e da USP Filarmônica. No palco, estarão quase 100 artistas entre cantores, atores, músicos instrumentistas e solistas. O espetáculo tem indicação etária de 14 anos e a entrada é gratuita, com retirada de convites nos dias 13 e 14 (quinta e sexta-feira), entre 14h e 18h, no Centro Cultural Palace (Rua Álvares Cabral, 322) ou diretamente no Teatro da USP.

Inspirada no conto infantil homônimo do escritor irlandês Oscar Wilde, “O Jovem Rei” é um projeto autoral de Lucas Eduardo da Silva Galon, vice-presidente e diretor artístico associado da Alma e, atualmente, professor do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP/USP). O compositor assina o libreto da produção (enredo) e assume a regência e a direção artística da ópera.

Lucas Galon conta que começou a escrever a ópera em 2022, encantado com o conto de Wilde. “A atmosfera de fábula e a simplicidade com que o texto trata temas universais me sinalizou que havia ali possibilidades musicais e dramáticas”. Para realizar a produção, o diretor buscou a parceria de José Maurício Cagno, professor e coordenador do núcleo de teatro na Alma, e do maestro José Gustavo Julião de Camargo, funcionário do Departamento de Música da FFCLRP/USP. “Assim nasceu a ideia da montagem conjunta. E aqui estamos”, esclarece Galon.

Foto: Divulgação

Permeada pelas significações filosóficas propostas pelo conto, a ópera traz questões como o poder e a alienação; a natureza da arte e da beleza; a possibilidade humana da emancipação; o dilema da justiça social; o Estado, a igreja e o indivíduo; a busca humana por significados, a infância e a vida adulta; a morte, a avareza e a peste. “Procurei manter muito do texto original, acrescentando alguns diálogos e reflexões e até criei personagens novos para que a trama pudesse se desenvolver no âmbito do libreto”, explica o compositor Lucas Galon, que também é o diretor musical e artístico do espetáculo.

Segundo a presidente da Alma, Dulce Neves, uma super produção como essa é um marco importante nesta passagem de 10 anos da academia, que ao longo de sua história, sempre contou com o alto nível de profissionalização e artístico no quadro docente, visando oferecer ensino qualificado para os alunos e ainda uma alternativa de agenda cultural gratuita para a população. “Estamos muito felizes com o resultado desta montagem, que comprova o quanto evoluímos em uma década. É mais uma mostra de que podemos ir mais longe, quando somos inspirados por nossos sonhos e projetos”, comenta.

“A estreia desta produção é um momento para reafirmarmos o compromisso da academia com a excelência dos trabalhos artísticos que nos propusemos a realizar. Lucas Galon começou a desenvolver esse trabalho autoral paralelamente, justamente em um momento em que nós desejávamos produzir uma nova ópera para iniciar as nossas comemorações de 10 anos. Será um espetáculo grandioso e artisticamente muito significativo para a nossa trajetória”, acrescenta Luciana Rodrigues diretora administrativa e financeira da Alma.

Teatro

A parte teatral de “O Jovem Rei” foi a primeira estrutura montada, com os alunos da Escola de Teatro da Alma. Paralelamente, o Coral do Estúdio de Ópera Minaz e a USP Filarmônica seguiram trabalhando separadamente a parte musical. “O elenco do teatro está mergulhado nesse projeto desde agosto de 2023 e, após essa estreia conjunta, essa será a montagem teatral da Alma para 2024”, conta José Maurício Cagno, que assina a direção artística e cênica da ópera, assim como a concepção de iluminação e cenografia.

Para o maestro Galon, montar uma ópera contemporânea, sem referências anteriores, foi o principal desafio do projeto. “Conjugar quase 100 pessoas de três instituições, além dos solistas do cenário nacional e internacional, é uma tarefa árdua e só foi possível pelo comprometimento de diretores, produtores, funcionários e pelas estruturas da Alma, Cia Minaz e do Departamento de Música da FFCLRP/USP, que abraçaram a ideia”, pontua Galon. “A ópera é a mais completa de todas as manifestações artísticas e tem sido gratificante ver o núcleo de arte teatral da Alma atuando em conjunto com outros núcleos de arte envolvidos em “O Jovem Rei”, acrescenta Cagno.

“O Jovem Rei”

A ópera está estruturada em dois atos. O primeiro com seis partes e o segundo, com três (Prólogo, Coro dos Súditos – A Liturgia Burocrática, Tédio e Beleza, O Primeiro Sonho, O Segundo Sonho, O Terceiro Sonho, No Castelo – ele está louco, No Grande Salão – quem é este mendigo, e Na Igreja – a grande coroação). Lucas Galon define a singularidade e a linguagem como diferenciais da montagem. Para o autor, a principal expectativa com a estreia é a mescla do prazer em ver sua obra apresentada, ansiedade em torno de ser a primeira execução da peça e a satisfação. “É difícil um compositor de música contemporânea de concerto ter uma obra executada. Até agora, essa ópera existia somente na partitura e daqui a pouco vai chegar ao público”.

Reflexões

Cinco solistas profissionais foram convidados especialmente para compor o elenco musical na estreia de “O Jovem Rei”: Yuka de Almeida Prado (soprano), Tomás Callas Mistrorigo (baixo), Alexandre Mazzer (barítono), Kismara Pezzati (mezzosoprano) e Clóvis Português (tenor). Todos cantores e cantoras líricas com carreiras de projeção nacional e internacional que trazem suas experiências e maturidade artística à montagem. O objetivo é entregar ao público uma obra única em todas as abrangências.

“O tema principal deste trabalho é a discussão da beleza no sentido artístico, estético e inventivo da arte. A beleza do humano que inventa a arte. Uma beleza que começa ingênua, amadurece e termina de forma plena, iluminada, transcendente”, enfatiza Cagno. “No conto, assim como na vida, o processo de emancipação quase sempre vem acompanhado de dores e desassossegos. Portanto, o público pode esperar fortes emoções a partir de reflexões profundas que são trabalhadas, e na percepção de sua própria realidade por meio da ópera”, arremata Galon.

A junção da Escola de Teatro da Alma, do Coral do Estúdio de Ópera Minaz e da USP Filarmônica, que realizam um projeto conjunto pela primeira vez, é outro recorte diferencial. “É um privilégio para mim e uma oportunidade para o público ver essas instituições trabalhando juntas”, destaca Galon. As três instituições figuram entre as mais destacadas na produção artística de excelência em Ribeirão Preto. A Cia Minaz tem trabalho consolidado de mais de 30 anos; a Alma vem produzindo, ano a ano, grupos de alunos que vão para as melhores universidades do Brasil e do exterior; e a USP Filarmônica, resultado do trabalho de mais de 20 anos do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP, revolucionou a percepção da música na cidade. “A realização conjunta desta ópera é um marco para as artes da cidade. Vamos entregar para o público um trabalho belíssimo”, completa Dulce Neves.

A ópera é uma realização do Ministério da Cultura, da Alma, do Departamento de Música da FFCLRP/USP e da USP Filarmônica. E, conta com patrocínios das empresas: Ópera – Usina Alta Mogiana S/A; Sinfonia – Santa Helena Industria de Alimentos S/A, NECTA e GSInima Ambient; Suíte – Interunion, Tereos e Usina Vertente; Ária – São Domingos Industria Gráfica, Luiz Tonin Atacadista e Supermercados, Grupo Combustran, Escandinavia, Elmaz Caminhões e Ônibus, Cotave Caminhões e Ônibus, Goiasmaq, TMA, Tracan, Tarraf e Supermercado Canesin, com apoio da Prefeitura de Ribeirão Preto.

SERVIÇO

Estreia da ópera “O Jovem Rei”

Com Escola de Teatro da Academia Livre de Música e Artes de Ribeirão Preto (Alma), Coral do Estúdio de Ópera Minaz e USP Filarmônica

Ensaio aberto: 18/06 (terça-feira), às 19h
Local: Teatro da USP (balão central do campus)

1ª récita e a estreia mundial da ópera: 20/06 (quinta-feira), às 20h
Local: Teatro da USP (balão central do campus)

2ª récita: 22/06 (sábado), às 20h
Local: Teatro da USP (balão central do campus)

3ª récita: 25/06 (terça-feira), às 20h
Local: Teatro da USP (balão central do campus)

Acesso: gratuito – retirada de convites nos dias 13 e 14/06 (quinta e sexta-feira), das 14h às 18h, no Centro Cultural Palace e no Teatro do Campus da USP, limitados a dois por pessoa.

Atenção: A entrada nos espetáculos, para quem retirar os convites previamente, é impreterivelmente até o horário de cada apresentação (checar serviço acima). A partir dos horários de cada uma das récitas, as cadeiras desocupadas serão liberadas para o público que comparecer sem ingressos na porta do teatro. Neste caso, a entrada será por ordem de chegada.

Data e horário: 26/06 (quarta-feira) | 20h
Local: Teatro Municipal de São Carlos (rua 7 de Setembro, 1735) – Centro), no dia 26/06 (quarta-feira)
Acesso: gratuito

Sobre a Alma

A Alma – Academia Livre de Música e Artes é uma associação privada sem fins lucrativos, com sede em Ribeirão Preto (SP). Começou suas atividades em agosto de 2014, com o objetivo de proporcionar a crianças e adolescentes iniciados em artes, especialmente em música, a possibilidade de aperfeiçoamento técnico, artístico e expressivo. A escola de música e artes conta com o apoio de compositores e arranjadores residentes, garantindo uma produção artístico-pedagógica conectada com o mundo atual. Dessa forma, o papel da Alma é oferecer um meio para que crianças e adolescentes (de quaisquer origens sociais) possam, uma vez iniciados e com bases artísticas fundamentadas, se aperfeiçoarem no sentido do acesso às melhores universidades e orquestras/coros nacionais ou internacionais. Em 2017, a Alma criou o Núcleo de Formação Musical (nível iniciante) nas cidades de São Joaquim da Barra e Guará, nas escolas públicas destas cidades, com o objetivo de preparar crianças para ingressarem no Núcleo de Formação Avançada, em Ribeirão Preto.

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