Em meio a campanha Novembro Azul, que tem como objetivo a promoção da conscientização sobre o câncer de próstata, especialistas alertam também para outros tumores que acometem os homens e que podem ser agravados pelo preconceito. Entre os grandes inimigos da doença estão o tabu e a desinformação, que não permitem a busca pelo acompanhamento médico e interferem diretamente no diagnóstico precoce e no sucesso do tratamento.
Entre os tumores silenciosos que atingem a população masculina estão o de pênis, que afeta 2% dos brasileiros, principalmente a partir dos 50 anos e o de testículo, que corresponde a 5% do total de casos da doença e sua maior incidência é em pessoas em idade produtiva – entre 15 e 50 anos.
Apesar de mais raros, é necessário ter especial atenção. Segundo o INCA (Instituto Nacional de Câncer (INCA), mais da metade dos pacientes destes tipos de neoplasia demoram até um ano para procurar ajuda médica após o aparecimento das primeiras lesões, o que dificulta o tratamento.
“Notamos na prática que os homens procuram por ajuda médica com menos frequência do que as mulheres e quando resolvem buscar apoio, geralmente já estão com a doença em fase mais avançada. Por isso, é importante conscientizar a população masculina sobre os cuidados com a saúde e a importância do diagnóstico precoce de doenças, dentre elas o câncer. Nestes casos, quanto mais cedo for iniciado o tratamento, maiores as chances de cura e menores possibilidades de efeitos colaterais”, explica Carlos Fruet, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto.
Dados do Programa Nacional de Saúde (PNS) mostram que, em 2019, 76,2% da população procurou ajuda médica – o que representa 160 milhões de pessoas. Entre as mulheres entrevistadas, 82,3% haviam se consultado nos últimos doze meses, enquanto a proporção dos homens foi de 69,4%.
O médico Carlos Fruet alerta, ainda, para os principais sintomas destes tumores. “No câncer de pênis geralmente aparecem como ferimentos que não cicatrizam que podem ter aspecto de verruga ou úlceras. Já no câncer de testículo, o tumor surge geralmente como um nódulo duro, podendo ser indolor ou doloroso e facilmente sentido ao palpar o órgão. Mas deve-se ficar atento também a outras alterações, como aumento ou diminuição no tamanho dos testículos, endurecimentos e dor imprecisa na parte baixa do abdôme”, explica Fruet.
“Ambos são tumores raros e com grandes chances de cura, principalmente quando diagnosticados precocemente. Por isso, se faz necessário reforçar a importância da atenção para os sinais do corpo e da busca por ajuda médica ao menor sinal de alteração”, ressalta o oncologista.