Portais

Deprimidamente a tristeza me arremessa acolá dos paredões do medo um medo tolo e eufórico não precavido dos barrancos e pesadelos da vida.

Depressão maldito luto embora nocauteada estupidamente minha alma pede socorro um desaver submisso me joga em desfiladeiros sem volta.

Caminho trôpega e fraca com ideais repulsivos cólera forte quebra as minhas vértebras congela o coração faz tremer meus sustentáculos.

Então me sinto arredia e rebelde envenenada com cianureto minhas palavras mudas meu grito calado me joga em precipícios azoicos. Catacumbas irreversíveis labirintos sem volta.

É nesse estado que procuro a arte modelando a imperfeição aqui coloco o meu expressar carente com giz de cera pinto a minha insatisfação dando evasão a rejeição que atrocida o meu haver.

Realizada controlo o meu ímpeto com paciência ludibrio a minha insatisfação solitário cavo alicerces. Refaço a minha vida com a arte.

Um curativo que salva.

Não maltrata minhas entranhas

Não machuca o meu coração

Não suja as minhas lágrimas.

Valéria Rizzo Stella

É uma talentosa escritora apaixonada por histórias antigas. Com sensibilidade e profundidade, traz aos leitores poesias envolventes e curiosidades fascinantes sobre as civilizações do passado.

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