O PNBE-Pensamento Nacional das Bases Empresariais promove nesta quinta-feira, 22, em São Paulo, um encontro com o jornalista Galeno Amorim, presidente da Fundação Observatório do Livro e da Leitura, para falar sobre o tema “O incentivo à leitura e o combate à desigualdade”.
O evento será às 18h no Bar Balcão (Rua Dr. Melo Alves 150, Cerqueira César). Amorim é autor de 18 livros e foi presidente da Biblioteca Nacional e do Cerlalc/Unesco (Centro Regional de Fomento ao Livro na América Latina e no Caribe) e responsável pela criação do Plano Nacional do Livro e da Leitura.
O Observatório do Livro e da Leitura tem sede em Ribeirão Preto (SP) e atuação internacional, foi fundado há 24 anos e em dezembro recebeu o Prêmio de Melhor ONG de Cultura do País. A instituição tem várias ações para estimular a leitura e ampliar noções de cidadania entre os recortes da população.
Durante a pandemia, o Observatório passou a oferecer clubes de leitura virtuais para a população acima de 60 anos. O projeto “Clube de Leitura 6.0” já atendeu 3.525 pessoas com idade entre 60 e 102 anos. Os leitores idosos do projeto leem, em média, 12 livros ao ano, duas vezes e meia a média nacional de 4,9 livros/ano, segundo a pesquisa Retratos da Leitura (Instituto PróLivro/Itaú Cultural, 2020). Hoje, a maioria dos clubes é presencial e acontece em cafeterias, livrarias, bibliotecas, outros espaços de convivência e em Instituições de Longa Permanência (ILPI).
Para a população 60+ são oferecidos mais dois projetos. Um deles é o “Retomada”, que requalifica profissionalmente pessoas idosas e incentiva seu reingresso e/ou a permanência no mercado de trabalho, ao mesmo tempo em que propõe novas perspectivas de vida e potenciais fontes de renda. A ação, em sua segunda edição e com 35 participantes, propicia formação teórica e prática em Biblioterapia e Mediação de Leitura e estimula o voluntariado.
O outro, intitulado “Tomates verdes fritos”, é voltado para pessoas idosas em tratamento contra o câncer e doenças neurodegenerativas, com apoio de biblioterapeutas que também têm formação em Psicologia. São 576 pacientes atendidos em Ribeirão Preto em grupo ou individualmente, com uma média de 40,8 livros lidos ao ano. O projeto atende grupos de mulheres mastectomizadas e pacientes do SUS durante as sessões de hemodiálise. Há atendimentos individuais em domicílio ou em consultório. E também são atendidos os cuidadores dos pacientes, com o uso da leitura como suporte emocional.
Outro projeto da instituição é o “Clube de Leitura 2.0” para adolescentes periféricos de 12 a 17 anos, que têm acesso a uma biblioteca virtual de 5.000 livros e leem em tablets e computadores. São 40 clubes em 10 cidades paulistas, com encontros semanais para as leituras e as sessões de Biblioterapia para falar sobre a obra lida e a própria vida. Nas 16 unidades da Fundação Casa atendidas, os encontros são virtuais e o número de adolescentes atendidos em medidas socioeducativas é 857. Eles leem, em média, sete livros por ano.
Há também o “Clube de Leitura no Cárcere”, que já impactou cerca de 10 mil pessoas desde 2009. Atualmente, é realizado em seis presídios da região de Ribeirão Preto, com 120 membros nos clubes, em parceria com a Fundação Prof. Dr. Manoel Pedro Pimentel (Funap). A cada livro lido a pena é reduzida em 4 dias, até 48 dias por ano.
Para professores, bibliotecários e outros formadores de leitura são promovidas lives com escritores e especialistas em leitura. A última, realizada em novembro de 2023, intitulada 4ª Jornada da Leitura no Cárcere atingiu 29.745 pessoas, a maior parte privadas de liberdade em penitenciárias em 15 estados, em parceria com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e a Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen).
A partir de discussões no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), onde a instituição ocupa uma cadeira como Observador Consultivo, a atuação se dará em países da África e da Ásia com apoio às políticas públicas do livro e leitura. O Coninler (Congresso Internacional de Leitura) reuniu, em dezembro último, na sua 6ª edição, duas dezenas de escritores, especialistas e artistas dos países dessa região.
Para o PNBE, os pilares saúde e educação são a base mínima indispensável para a formação de uma sociedade digna. “Não há como pensar o futuro do país com gerações de jovens privados de formação intelectual e saúde física e emocional dignas”, comentam o 1º coordenador geral do PNBE, Fabio Arruda Mortara, e Wander Soares, integrante do Grupo de Coordenação Nacional do PNBE, presidente emérito da Academia Paulista de Educação.
Sobre o PNBE
Fundado em junho de 1987, o PNBE é uma entidade empresarial não corporativa, apartidária e plural, de âmbito nacional, formada por empresários e empreendedores de todos os portes e ramos da atividade econômica, que lutam pelo fortalecimento da cidadania e aprofundamento da democracia nas diversas instâncias da nação (governos da União, estados, municípios), pela ética na política e amplo exercício dos direitos da cidadania no Brasil e pelo desenvolvimento econômico com justiça social e preservação ambiental.
O PNBE busca mobilizar a sociedade para construir um ambiente socialmente justo, economicamente forte e inclusivo, ambientalmente sustentável, democraticamente estável e eticamente respeitável, agindo dentro de um espaço democrático, apartidário, que apoia políticas públicas e projetos identificados com seus ideais, ao mesmo tempo em que combate os clientelistas, antiéticos, corporativos e ineficientes.
O 1º coordenador geral do PNBE, Fabio Arruda Mortara, é administrador de empresas e mestre pela FGV, Master of Science pela Cornell University, Ithaca, NY, USA, presidente de Two Sides Brasil e de Two Sides America Latina, iniciativa global para valorização do papel, da comunicação impressa e das embalagens de papel, membro do Conselho Consultivo da ABIGRAF e do COPAGREM na FIESP.
Wander Soares integra o Grupo de Coordenação Nacional do PNBE. Administrador de empresas, economista e professor, foi membro do Conselho Estadual de Educação, é presidente emérito da Academia Paulista de Educação. Atua em órgãos do setor editorial, Câmara Brasileira do Livro, Sindicato Nacional dos Editores de Livros e ABRELIVROS, da qual foi presidente em dois mandatos. Presidiu a Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil e presentemente é membro do Conselho Consultivo do CIEE e da UniCIEE.
