Depois de mais de dois anos fechado, o Sambódromo do Anhembi, na Zona Norte de São Paulo, voltou a abrir seus portões para receber os desfiles das escolas de samba para o Carnaval 2022, nos dias 20, 21, 22, 23 e 30 de abril.
Na quinta-feira (21), oito escolas desfilaram pelo Grupo de Acesso e entre elas, estava a X-9 Paulistana, que foi rebaixada em 2020, porém, por problemas nos quesitos plásticos, não atingiu pontuação suficiente para seu retorno ao Grupo Especial 2023.
Desfilando pela X-9 Paulistana, estava o cravinhense Bruno Ponce Venâncio, de 25 anos, que recebeu o convite de um amigo carnavalesco paulistano para desfilar pela escola de samba no Carro Alegórico Destaque. O modelo e Influenciador Digital já havia participado de outros desfiles em Cravinhos, na Banda Marcial e também pela Império da Nova Cravinhos, além de ter sido eleito “Mister Gay Ribeirão Preto”, no ano de 2017.
“Ao entrar no Sambódromo, o sentimento é de gratidão e a sensação na hora que toca a sirene é algo inexplicável, só quem está ali sabe como é. O que mais me marcou é a energia da galera cantando e as arquibancadas todas aplaudindo, os camarotes elogiando e a união de todos”, disse Bruno Ponce.
Com o enredo “Arapuca tupi – a reconquista de uma terra” a escola foi a sexta agremiação a passar pela passarela do Samba do Anhembi. A história é sobre um plano indígena para salvar a humanidade. A obra é assinada por André Diniz, Claudio Russo, Arlindo Neto, Márcio André Filho, Marcelo Valença e Léo Rocha, intérprete oficial da escola.
O Enredo, além de contar uma história, também transmite um aprendizado tanto para quem participou do desfile, quanto para quem assistiu. “Aprendi muito com o enredo. Fala como somos livres para sermos nós mesmos, independentemente de qualquer coisa ou situação. Não devemos nos sentir menor e que tudo o que temos aqui, nada temos na verdade! Tudo é baseado na suas atitudes, que se forem boas, pode ter certeza que coisas boas acontecem pra você naturalmente”, explica Ponce.
A fantasia usada pelo cravinhense foi de índio e, segundo ele, teve um significado muito importante. “Representar a tribo indígena é algo muito sério. Quando alguém coloca um cocar na cabeça sabe que está honrando as regras deles, que é a disciplina, coragem, força, dentre outras coisas da sua cultura”, disse Ponce.
O destaque da agremiação foi o casal de mestre-sala e porta-bandeira. Marquinhos e Lyssandra Grooters além de estarem com uma belíssima fantasia em tons vermelhos, bailavam de maneira muito entrosada, com movimentos leves e com bastante confiança. A X-9 Paulistana concluiu seu desfile no tempo regulamentar, com portões se fechando aos 54 minutos.
Para finalizar, Ponce deixa um recado para as pessoas que sempre sonharam em participar de um desfile de carnaval. “Participem, a sensação de estar representando alguma história é muito importante, mas a sensação de desfilar é melhor ainda! Não desista dos seus sonhos, você é capaz de realizar, só depende de você!”
Por: Leandro Cavalcanti
Fotos: arquivo pessoal