A chegada da Páscoa é uma das épocas do ano mais esperadas pelos confeiteiros. Em Ribeirão Preto (SP), a oportunidade de intensificar as vendas leva profissionais a formalizarem o negócio.
Um levantamento realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que só na cidade, são 1.327 microempreendedores individuais (MEIs) ligados ao setor de alimentação. Destaque para a fabricação própria de produtos de padaria e confeitaria, que somam 541 MEIs.
A confeiteira Ananda Lazoti faz parte do grupo. Há quatro meses, ela inaugurou a própria loja de doces. Com o CNPJ ativo, ela pode fazer frente à concorrência profissional, ter acesso a linhas de crédito especiais e investir para ampliar os produtos.
Ainda segundo Ananda, a Páscoa é o melhor período para a confeitaria e, com a formalização, já sente seu negócio crescer.
“O MEI me proporcionou esse crescimento, essa formalização […] Para nós, confeiteiros, a Páscoa significa o crescimento de vendas, porque normalmente é o período que o confeiteiro mais lucra, é o melhor período para a confeitaria”, diz.
Geração de empregos
Assim como Ananda, a confeiteira Mariana Lellis Pizzi também viu o negócio de doces crescer e precisar de formalização. O que começou com a venda despretensiosa de cupcakes hoje emprega duas funcionárias e gera emprego para profissionais freelancers.
“Hoje a minha produção é muito maior. A gente pega o mercado de aniversários, casamentos, então praticamente toda semana a gente tem um evento grande, fora a demanda normal. A gente tem algumas pessoas que trabalham como freelancers aqui na época da Páscoa e isso gera uma produção com mais ou menos 10, 12 pessoas”, diz.
Impacto da pandemia
De acordo com Adriano Monteiro, consultor de negócios do Sebrae-RP, não foi só a chegada da Páscoa que intensificou a abertura de cadastros MEI. Ele aponta a pandemia de Covid-19 como um dos principais fomentadores da busca pela formalização.
“Como nós tivemos essa diminuição no emprego formal, é comum que as pessoas procurem se rearranjar. A gente tem um aumento de 16% só na procura de formalização nesse período [de pandemia]”, diz.
Ainda de acordo com o consultor, empreendedores devem caminhar em direção oposta à informalidade. Ele aponta que a prática pode tirar oportunidades e colocar os profissionais em risco.
“A formalização é a garantia de muitos direitos desses empreendedores. Buscar formalização tem que ser uma premissa para a abertura de uma empresa. Quem está na informalidade corre alguns riscos e deixa de ter algumas oportunidades”, diz.
Fonte: EPTV/RP G1