Cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem com doenças reumatológicas, entre elas a tendinite

Cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem com doenças reumatológicas, entre elas a tendinite

Fisioterapeuta fala sobre uma das principais causas de afastamento do trabalho e dá dicas de prevenção

Informações recentes divulgadas pelo Ministério da Saúde apontam que cerca de 12 milhões de brasileiros sofrem atualmente com doenças reumatológicas, enquanto a OMS (Organização Mundial da Saúde) afirma que uma em cada 100 pessoas no mundo todo são acometidas pela tendinite, uma condição incluída na lista de LER (Lesão por Esforço Repetitivo), sendo uma das principais causas de afastamento do trabalho e um custo para a Previdência Social e para a Saúde. 

A dor relacionada a várias atividades que envolvem movimentos contínuos é descrita desde a Antiguidade, tornando-se mais numeroso o número de casos a partir da Revolução Industrial. O fisioterapeuta Franklin Soares explica que a tendinite é o processo inflamatório que pode afetar um ou mais tendões – as estruturas fibrosas que conectam os músculos aos ossos e servem para transmitir a potência de contração muscular necessária para realização de movimentos funcionais e  laborais do cotidiano. 

– Esta condição pode ocorrer em pessoas de todas as idades, envolve com mais frequência os tendões dos ombros, cotovelos, mãos e punhos, tornozelos e pés. Em geral, costuma ser temporária e tem cura, mas se não tratada corretamente, pode se tornar crônica e gerar tendinoses, que é a degeneração dos tendões, podendo levar o indivíduo à incapacidade em executar atividades funcionais que exijam a utilização da parte do corpo afetada pela doença, evidencia o professor do curso de Fisioterapia da Estácio. 

O profissional afirma que a tendinite está relacionada a ocupações do cotidiano, laborais e esportivas, com atividades em que se realizam esforços repetitivos afetando empregadas domésticas, donas de casa, esportistas, operários,  profissionais da saúde, entre outros.

Sinais e diagnóstico

O fisioterapeuta destaca que algumas das principais manifestações da tendinite são: dor, inchaço local, vermelhidão e dificuldade ou incapacidade para efetuar movimentos funcionais articulares. Por exemplo, se a inflamação atinge os tendões dos dedos das mãos, a pessoa pode não conseguir escrever ou digitar com facilidade ou até mesmo girar a maçaneta de uma porta. 

– A inflamação muito frequentemente costuma ser decorrente de sobrecargas por esforços repetitivos ou por traumas mecânicos locais, sobretudo se o indivíduo apresenta gestual e posição inadequados e execução de tarefas além de suas capacidades físicas. Pode ser causada por infecção ao redor do tendão, por foco dentário (cáries) e ainda surgir como um problema secundário, consequente de outras doenças como alterações metabólicas, reumatológicas, como a artrite reumatoide, e pode até mesmo estar vinculada à má alimentação, observa o professor da Estácio.

Franklin acrescenta que o diagnóstico da tendinite  requer uma combinação entre  exames clínico e físico funcional, além do levantamento da história do paciente, que vai evidenciar a prática de movimentos corporais repetitivos, e exames complementares de imagem, como radiografia, ultrassonografia e ressonância magnética da região afetada, que são capazes de apontar exatamente os tecidos acometidos pela inflamação e o grau da lesão.

– Dependendo da gravidade da disfunção, o tratamento pode incluir desde o uso de anti-inflamatórios, fisioterapia e até períodos de repouso temporários com ou sem imobilização da articulação envolvida. Nas tendinites ocasionadas por movimentos repetitivos, a reabilitação, com reeducação dos fatores que a desencadearam, a exemplo do gestual mecânico adequado, é fundamental, orienta o profissional, frisando que “a prevenção sempre é a melhor conduta”.

Como prevenir a tendinite

O fisioterapeuta dá algumas dicas de prevenção que devem ser seguidas por pessoas acometidas pela doença e também pelos responsáveis pela ergonomia em empresas, uma forma de cuidado para que os trabalhadores se tornem menos vulneráveis à tendinite. Segundo  Franklin, avaliações periódicas executadas por profissionais se fazem necessárias, pois cada indivíduo apresenta especificidades únicas. 

As medidas destacadas pelo professor do curso de Fisioterapia da Estácio Resende incluem:

– A melhora dos aspectos ergonômicos no ambiente laboral, que implicam a adaptação do mobiliário e do posto de trabalho às necessidades do indivíduo, incluindo modificação dos hábitos e funções. Quem exerce atividades profissionais ou de lazer que exigem movimentos repetitivos deve também fazer intervalos para melhora da circulação e promover melhor oxigenação tecidual, além de refrescar a mente. Até porque a pressão e o estresse do dia a dia contribuem para o aumento de risco de sobrecargas posturais e mecânicas articulares. Alongamentos e exercícios regulares de fortalecimento muscular orientados são necessários, para melhora do metabolismo corporal como um todo, finaliza o fisioterapeuta.

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