Artesão cria peças autorais a partir de tambores de metais

Artesão cria peças autorais a partir de tambores de metais

Adriano Mencucini já fez centenas de peças e recentemente confeccionou o banco que compõe a Casa do Papai Noel, instalada na Praça Central de Cravinhos.

Ao chegar na casa do Adriano é bem provável que você se depare com pedaços de metais, ferramentas de corte e de soldagem. Não se espante, pois é através dessa “bagunça” que ele expressa toda sua criatividade e faz surgir peças únicas.

De uns tempos pra cá, esse tem sido um dos principais momentos no dia a dia de Adriano Rogério Mencucini, 46 anos. Natural de Cajuru, ele reside em Cravinhos a cerca de um ano e já tem espalhado sua arte pelos cantos da cidade. Tanto que é obra dele o banco feito com tambores que tem enfeitado a casa mais visitada de Cravinhos no mês de dezembro: a casa do Papai Noel.

Instalada na praça central do munícipio, a casa do Papai Noel tem atraído a população cravinhense, que fica encantada com o capricho da decoração, incluindo a peça confeccionada pelo artesão. “Cheguei recentemente em Cravinhos e me sinto feliz por ter a oportunidade de ver uma criação minha compondo a decoração da cidade. Além da alegria em fazer parte desse projeto vejo também como uma oportunidade de mostrar a minha arte fazendo sempre algo novo que surpreende a todos” disse.

Divisor de águas

São muitos os estudos divulgados por especialistas que mostram o quanto os trabalhos manuais são importantes para a saúde mental e cognitiva, pois eles têm o poder de reduzir as cargas de estresse e ansiedade, ao liberar neurotransmissores de bem-estar como a dopamina, além de fortalecer a autoestima.

Adriano é prova da veracidade desses estudos. Apesar do interesse por trabalhos artesanais ter surgido enquanto ainda era criança, foi só depois de muitos anos que o artesão de fato se descobriu envolto no mundo da arte.

Há cerca de 10 anos ele viveu um período difícil e encontrou na criação de objetos a terapia que precisava. “Em 2016 comecei a ter crises de depressão, foi um momento complicado. Um belo dia eu decidi comprar dois tambores e comecei a criar objetos a partir deles. Foi um divisor de águas pra mim, pois depois disso nunca mais tive nada de depressão”, falou.

Descobrir um novo ‘hobby’ fez com que Adriano produzisse muito, principalmente durante a pandemia. Nem mesmo os “acidentes de trabalho” fizeram ele desanimar e desistir. “Na pandemia cheguei a fazer 52 peças em um ano, pois isso mantinha minha mente ocupada. Fiz uma peça bem difícil, um sofá em formato L que deu certo no final. Também tive alguns acidentes como quando o fogão a gás explodiu quando eu cortei um tambor e quando machuquei um dedo, ficando com ele despendurado e sem movimento”, relembrou

Inspiração que vem de casa

O artesão explicou que seu interesse por trabalhos manuais surgiu ainda na infância, quando além de observar a mãe trabalhar para ajudar no sustento da casa, tornou-se seu ajudante. “Na minha família, sou o quarto filho de cinco irmãos e todos nós crescemos vendo nossa mãe fazer salgados. Eu tinha apenas 6 anos, mas já a ajudava no preparo. Com isso aprendi a ser comerciante como ela e também a apreciar trabalhos feitos com as mãos”.

Pai dos gêmeos Antonella e Adriano, de 12 anos, disse que os filhos já demonstram interesse pelo seu trabalho, mas como todo bom pai, ele é cauteloso por conta dos materiais que manuseia. “Meus filhos já me acompanham enquanto estou confeccionando os objetos, mas ainda tenho medo de deixá-los usarem algumas ferramentas que utilizo, por isso eles só ficam por perto brincando.”

Para Adriano, a maior recompensa de seu trabalho é ver nos olhos de seus clientes a satisfação ao receber o que pediram. “Meu maior prazer e satisfação é ver o brilho no olhar dos meus clientes ao receberem as peças que outrora eles só tinham visto por fotos. Isso não tem preço”.

Novos Projetos

Como forma de incentivar e valorizar o trabalho manual, Adriano tem uma meta bem ousada para o próximo ano e já está se articulando para encontrar parcerias. “Para 2026 nasceu em meu coração um projeto social com o objetivo de doar 200 peças autorais para escolas e ONGs. No momento estou buscando recursos para que isso se concretize”.

Reportagem: Crislaine Messias

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